terça-feira, 29 de setembro de 2009

IPO - Interesses Partidários Organizados

A propósito das magníficas declarações de António Costa: Santana prefere diversão em detrimento do tratamento do cancro.

1. Como noticiado, PSL reuniu com a administração do IPO, sendo-lhe comunicado que a resolução dos problemas passa por obras de requalificação.
2. Assim sendo, os terrenos da Bela Vista ficam livres para qualquer outra empreitada, como por exemplo, a Feira Popular.
3. Mesmo perante os factos, o sr. Costa não tem qualquer vergonha em distorcer as declarações de PSL dando a ideia que o mesmo não quer saber dos doentes oncológicos e defende a saída do IPO para Oeiras.
4. As obras de requalificação já estiveram previstas no PIDDAC, mas por algum motivo misterioso não chegaram a ser executadas.

Posto isto, parece-me existir interesse imobiliário que o IPO abandone os seus valiosos terrenos para serem ocupados por algo que o sr. Costa não diz, ou não quer dizer.

O Terror do Paço

A reformulação dos esgotos no Terreiro do Paço já serviu para António Costa surgir umas boas dezenas de vezes nas televisões e jornais.
Tudo isto é normal, para quem não tem nada para apresentar após 2 anos e meio, senão uma obra (de 4 meses?) que já passou a não ter fim à vista.
Isto apesar dos milhares gastos em propaganda televisiva com slogans como "o fim das obras que nunca mais acabam".
Pois a verdade está à vista de todos.

Mas pelos vistos, o negro é o futuro do Terreiro do Paço.
Com um projecto sem nexo, como os próprios arquitectos fizeram questão de manifestar, e sem concurso público, o que no mínimo é rídiculo para um projecto desta importância.
Tudo isto nasce também da irresponsabilidade de António Costa, ao entregar a frente ribeirinha à "Sociedade Frente Tejo", possivelmente criada para satisfazer mais alguns "boys".

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma nova realidade

Finalmente encontrei um tempo para fazer uma análise dos resultados eleitorais, partido a partido:

PS:
O PS é o óbvio vencedor das eleições, no sentido em que teve a maior votação entre todos os partidos. No entanto, ficou seriamente fragilizado, perdendo a sua maioria absoluta e impedido de estabelecer uma coligação com apenas um partido à sua esquerda.
Afastando cenários de Bloco Central (apenas possível na imaginação de alguns jornalistas), e coligação com o CDS-PP, resta-lhe estabelecer acordos pontuais.
Apesar disso, estou em crer que esta legislatura irá durar os 4 anos. Tudo pelo simples motivo que a sua queda depende de pelo menos um partido da esquerda, com consequência provável de subida ao Governo pelo PSD.

PSD:
Derrota esperada, especialmente pela clara falta de empatia e capacidade de mobilização de MFL. O método "alternativo" de fazer campanha levou um chumbo dos portugueses. Continua a ser preferida a espectacularidade das camionetas apinhadas de cães-de-fila e a mediatização da figura do líder.
Compreende-se o adiamento da demissão, mas julgo que por mais estrondosa que seja a vitória do PSD nas autárquicas não consegue apagar este resultado... apagado.

CDS-PP:
O grande vencedor destas eleições, se considerarmos a sua dimensão.
Obtém o maior crescimento de deputados e passa a 3ª força política com elevado peso na Assembleia da República.
Estes resultados são fruto da perseverança de Paulo Portas, do seu discurso coerente e focado em temas alheios dos outros partidos, como a agricultura, a insegurança, e a fiscalização do rendimento mínimo para favorecimento das pensões.
A verdade é que qualquer pessoa saberia identificar as bandeiras do PP nestas eleições. E isso vale muitos votos.

BE:
Vencedor em algumas frentes importantes como a duplicação do número de deputados e eleição em novos distritos. No entanto fica com influência limitada já que não consegue estabelecer uma maioria absoluta com o PS. O que seria necessário para negociar alguns diplomas a dois. Além disso fica a sensação que o seu eleitorado é ainda é muito volátil tendo em conta as sondagens que lhe davam até 16%.

PCP:
O segundo perdedor, já que não consegue capitalizar a descida abrupta do PS, conquistando apenas mais um deputado e caindo para 5ª força política. Apesar disso, conserva uma influência igual ao BE. Jerónimo, como qualquer velho comunista, não resiste ao discurso de vitória mesmo que seja notório a falta de capacidade do partido para aumentar significativamente a sua base votante.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Os Abonados

Pelo meio do ruído à volta dos fait-divers deste País, ouvi uma notícia (digna desse nome), sobre a qual deveria haver uma séria reflexão, principalmente neste período eleitoral:
Portugal foi o país da União Europeia que mais fundos estruturais perdeu em 2008, mais precisamente 71 milhões de euros.
Calculo que o 1º Ministro tenha chegado à conclusão que somos um país abonado (até já estamos a sair da crise?!) e que dispensamos esses trocos...
Tendo em conta que 64 milhões eram destinados à agricultura, não há dúvidas, se é que alguma vez houve, sobre a (in)competência do Ministro da Agricultura.

Para aqueles que dizem que a UE desvalorizou o facto, digo-lhes que não foram eles que perderam os fundos, pois não?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Fábula do Burro (ou Demagogo)

Foi sem surpresa que assistimos a mais uma iniciativa demagógica e inútil de António Costa, na tentativa de demonstrar a viabilidade dos transportes públicos em Lisboa.
Perdendo o meu tempo para fazer uma análise séria desta iniciativa que nada de séria tem, chegamos às seguintes conclusões:
- O sr. António Costa propõe que deixe o carro, por exemplo, no Campo Grande
- Para tal é necessário trazer o carro, começando por suportar as respectivas filas
- De seguida, é preciso ter a sorte de haver um lugar disponível
- Como se não bastasse, ainda é preciso pagar de €24,94 a €34,92 mensais.
Não ponho em causa a grande validade do Metro como transporte público, mas é necessário existirem estacionamentos gratuitos e de grande capacidade junto às estações terminais como incentivo real à utilização dos mesmos.
A verdadeira questão é que ninguém abdica de tentar sacar mais uns euros dos nossos bolsos...
P.S.: Sr. António Costa, se o transporte público é assim tão bom, sugiro que dispense a viatura oficial quando se desloca dentro da cidade.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ensaio sobre a senilidade

Face às declarações feitas por Mário Soares (ver no Público), críticas ao Bloco Central afirmando que governou em minoria, devo recordá-lo que foi ele o primeiro responsável por um governo de Bloco Central neste país...
Prefiro pensar em senilidade, porque senão estaríamos a falar de falsidade.
Gosto também da magnífica frase, reveladora de um percurso de vida: “o que se diz na campanha eleitoral é uma coisa e o que se faz depois das eleições é outra”

Sócrates vs TVI (parte 2)

Ainda a propósito de todo este caso:
Não sou apreciador do género jornalístico da TVI, mas vivemos em democracia, logo é um direito que lhes assiste. Para além do mais, o que realmente incomoda o Governo é o conteúdo e não a forma.

domingo, 6 de setembro de 2009

A propósito de Sócrates vs TVI

Deixo apenas o seguinte vídeo para reflexão, pois não há maneira melhor de compreender as pressões do PS que pelas próprias palavras do 1º Ministro:



E já agora, o vídeo de promoção que rebentou a bolha: