segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma nova realidade

Finalmente encontrei um tempo para fazer uma análise dos resultados eleitorais, partido a partido:

PS:
O PS é o óbvio vencedor das eleições, no sentido em que teve a maior votação entre todos os partidos. No entanto, ficou seriamente fragilizado, perdendo a sua maioria absoluta e impedido de estabelecer uma coligação com apenas um partido à sua esquerda.
Afastando cenários de Bloco Central (apenas possível na imaginação de alguns jornalistas), e coligação com o CDS-PP, resta-lhe estabelecer acordos pontuais.
Apesar disso, estou em crer que esta legislatura irá durar os 4 anos. Tudo pelo simples motivo que a sua queda depende de pelo menos um partido da esquerda, com consequência provável de subida ao Governo pelo PSD.

PSD:
Derrota esperada, especialmente pela clara falta de empatia e capacidade de mobilização de MFL. O método "alternativo" de fazer campanha levou um chumbo dos portugueses. Continua a ser preferida a espectacularidade das camionetas apinhadas de cães-de-fila e a mediatização da figura do líder.
Compreende-se o adiamento da demissão, mas julgo que por mais estrondosa que seja a vitória do PSD nas autárquicas não consegue apagar este resultado... apagado.

CDS-PP:
O grande vencedor destas eleições, se considerarmos a sua dimensão.
Obtém o maior crescimento de deputados e passa a 3ª força política com elevado peso na Assembleia da República.
Estes resultados são fruto da perseverança de Paulo Portas, do seu discurso coerente e focado em temas alheios dos outros partidos, como a agricultura, a insegurança, e a fiscalização do rendimento mínimo para favorecimento das pensões.
A verdade é que qualquer pessoa saberia identificar as bandeiras do PP nestas eleições. E isso vale muitos votos.

BE:
Vencedor em algumas frentes importantes como a duplicação do número de deputados e eleição em novos distritos. No entanto fica com influência limitada já que não consegue estabelecer uma maioria absoluta com o PS. O que seria necessário para negociar alguns diplomas a dois. Além disso fica a sensação que o seu eleitorado é ainda é muito volátil tendo em conta as sondagens que lhe davam até 16%.

PCP:
O segundo perdedor, já que não consegue capitalizar a descida abrupta do PS, conquistando apenas mais um deputado e caindo para 5ª força política. Apesar disso, conserva uma influência igual ao BE. Jerónimo, como qualquer velho comunista, não resiste ao discurso de vitória mesmo que seja notório a falta de capacidade do partido para aumentar significativamente a sua base votante.

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